1| A 31 de janeiro de 2021, morreu, Hirosuke Watanuki, que, numa longa e profícua existência, de quase um século, 1926-2021, “(…) viveu de uma forma surpreendentemente leve, profunda, consistente, rápida e multidisciplinar”, confirmando antes de tempo, como escreveu, no seu obituário, a professora e arquiteta paisagista, Cristina Castel-Branco, “(…) cinco dos seis paradigmas que Italo Calvino anunciou para o século XXI, antecipando a forma como o iríamos viver: leveza, rapidez, exatidão, visibilidade, multiplicidade, consistência. (…) Na obra de Watanuki transparecem todos estes atributos, menos a visibilidade.” [Diário de Notícias, 7/3/21] A vida Hirosuke Watanuki foi de facto marcada por uma “consciente” falta de visibilidade. Porque, e ao contrário dos artistas ocidentais, para quem a visibilidade é tudo, no oriente ela é circunstancial, refletindo-se, fundamentalmente, no conceito de pertença. No ocidente vigora, desde tempos remotos, o primado da existência. Onde a visibilida